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AiR 2018 :: Performance Miriam Simun 2019

Performance de MIRIAM SIMUN

HOW CAN I BELIEVE WHAT YOU SAY WHEN I CAN FEEL WHAT YOU DO?
08.-09.03.2019, sexta-feira e sábado

Direcção: Miriam Simun
Bailarinos: Joana Silva, Lucília Raimundo, Mauro Pires a.k.a. Maurrice, Miriam Simun.

A artista americana Miriam Simun, em residência artística nas Carpintarias de São Lázaro, apoiada por uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, escolheu fazer uma performance como apresentação final da sua residência artística que acontece nos dias 8 e 9 de Março.

O ponto de partida desta residência artística partiu da vontade de Simun, em continuar um programa de treino para a mudança social e tecno-sociológica (já iniciado numa residência dela no MIT Media Lab, 2017-18): como poderá o ser humano aumentar a sua resistência e resiliência para sobreviver num mundo em que as cidades se encontram em constante crescimento, no que diz respeito às populações, a densidade e ao multiculturalismo; em que as novas tecnologias regulam cada vez mais a comunicação entre os seres humanos; e no qual vivemos uma crise ecológica, com todo o tipo de catástrofes naturais. Refletindo sobre tudo isso, a artista começou a questionar de que forma é que os seres humanos deveriam evoluir para se conectarem melhor uns com os outros, bem como com o nosso meio ambiente, aquilo que nos cerca?

O título da performance “HOW CAN I BELIEVE WHAT YOU SAY WHEN I CAN FEEL WHAT YOU DO?” (“Como posso acreditar no que diz se sinto o que faz?”) está relacionado com uma citação famosa do romancista afro-americano James Baldwin (1924 –1987) “I can’t believe what you say when I cansee what you do.” (“Não acredito naquilo que diz, quando consigo ver o que faz.”)[1]
Nós trocamos o “SEE” (ver) por “FEEL” (sentir) abrindo assim um pouco mais espaço e possibilidades em transformar esta afirmação numa pergunta. HOW CAN I BELIEVE? (what you say when) I CAN FEEL WHAT YOU DO. COMO POSSO ACREDITAR? (no que diz, se) SINTO O QUE FAZ.

Este trabalho e apresentação final é sobre o encontro entre pessoas, confiança, negociação, compromisso e consensos; sobre o acto da performance e do ser; é sobre sentir algo verdadeiro. Um trabalho que tenta responder à pergunta “O que podemos fazer em conjunto, que não é possível fazermos sozinhos?” e como continuar em momentos de contínuo fracasso; temos que nos envolver inteiramente e dançar daí para fora. Performance criada com e apresentada por Lucília Raimundo, Mauro Pires e Joana Silva. Dirigido por Miriam Simun.

Miriam Simun encontrou esta citação (atribuída a Baldwin) pela primeira vez no livro “My Grandmother’s Hands” de Resmaa Menakem. Neste livro Menakem defende o exercício físico para superar e curar traumas históricos e sociais que se encontram enraizados no nosso corpo. Alguns destes exercícios de Menakem serviram como ponto de partida para o trabalho desenvolvido por Miriam e os 3 bailarinos. Mais tarde, a artista percebeu que essa citação de Baldwin é tão famosa que se encontra não só em toda a internet, mas também impressa em T-Shirts. Ao pesquisar uma pouco mais, a artista encontrou a fonte original: “A Report from Occupied Territory” (publicado a primeira vez no The Nation, 11 de Julho, 1966), onde Baldwin afinal cita a canção de Tina e Ike Turner, “I Can’t Believe What You Say (When I can feel what you do).” Esta informação acabou por ser a mais perfeita mudança de direcção para este trabalho, criando uma nova leitura e possibilidade de reclamar e emprestar e acreditar ou não acreditar e de representar e transmutar e simplesmente ser.

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